sábado, 28 de novembro de 2009
Independência da Albânia
Depois da festa de ontem, almocei hoje na casa de Albana, do Kosovo. Ela preparou um prato típico albanês, chamado Hallev, em homenagem ao dia de independência da Albânia - 28 de novembro de 1912. Segundo Albana, esse prato é árabe, em função da religião predominante no país - islamismo. A região onde hoje fica a Albânia foi durante muitos anos dominada pelo império turco, que aos poucos sedimentou o islamismo no local.
O Hallev é essencial nas comemorações de independência e é simplérrimo. Em alguns aspectos, a vida nos balcãs lembra a vida no nordeste brasileiro - sofrida. Os ingredientes são: farinha de trigo, açucar e manteiga. Ao final, ganha a forma de um bolo e gosto é esquisito. Não fosse pelo açúcar, seria um pão. Ainda bem que não foi a refeição principal!
Mais uma vez, tive uma aula de História. Albana esboçou um pouco da conjuntura política dos últimos anos na região da ex-Iugoslávia. Em poucas linhas, depois da segunda guerra mundial, foi regida pelo Partido Comunista, na figura do marechal Tito, que governou até 1980. A idéia de uma República Iugoslávia unida, durante esses anos, foi imposta a força. As diversas repúblicas que a compunham possuíam religiões distintas, costumes diversos e até mesmo rivalidades históricas. Alguma semelhança com a África?
Com a morte de Tito, as Repúblicas desmembraram-se e instaurou-se uma guerra civil no local. No caso da Albânia, o conflito era contra os Sérvios, que controlaram o país durante alguns anos. Grupos armados iniciaram a guerra, que se prolongou durante anos. Recusavam-se a ser controlados pelo Estado Sérvio.
Em 1999 a OTAN interveio no conflito, depois de denúncias internacionais de massacres perpetrados pelo exército sérvio em diversas aldeias albanesas. O bombardeio durou mais de 3 meses, durante todos os dias. De alguns anos pra cá a situação melhorou, mas ainda existe a tensão entre os povos. Isso foi somente uma explicação relâmpago sobre a política e história no local, que costuma ser esquecido em meio aos "grandes" europeus. Procurarei saber mais e precisar melhor essas informações.
No mais, é isso aí. Vivendo e sugando ao máximo cada experiência durante esse intercâmbio!
Astra Stub
Depois de uma semana puxadíssima, repleta de aulas e trabalho, nada mais merecido que uma noite de folga na sexta-feira. Nesse dia a cidade está em delírio - todo mundo na rua! O metrô funciona durante toda a noite e está sempre abarrotado de gente. Loucura!
De início, estávamos a procura de uma festa russa, com música ao vivo. Ouvir sempre as mesmas músicas depois de um tempo fica chato... Mas depois de 30 minutos girando pelo bairro de Schanze, decidimos mudar os planos. Depois de tanto andar, damos de cara com um bar chamado Astra Stub ("astra" é o nome da principal cerveja de Hamburg, produzida aqui), que fica num cruzamento, debaixo de uma ponte, numa esquina escondidíssima. Quem passa por fora num imagina o que tem lá dentro.
Música ao vivo e um ambiente incrível! Uma banda de Bremen, estilo Indie Punk, na esteira da conhecida Escola de Hamburg. Precariedade total (o bumbo da bateira era segurado por dois tijolos em cada lado e o pedestal do microfone tava quebrado), mas muita improvisação e muita qualidade também! E pra completar, a entrada "kostenlos". Primeira!
Abraços!
De início, estávamos a procura de uma festa russa, com música ao vivo. Ouvir sempre as mesmas músicas depois de um tempo fica chato... Mas depois de 30 minutos girando pelo bairro de Schanze, decidimos mudar os planos. Depois de tanto andar, damos de cara com um bar chamado Astra Stub ("astra" é o nome da principal cerveja de Hamburg, produzida aqui), que fica num cruzamento, debaixo de uma ponte, numa esquina escondidíssima. Quem passa por fora num imagina o que tem lá dentro.
Música ao vivo e um ambiente incrível! Uma banda de Bremen, estilo Indie Punk, na esteira da conhecida Escola de Hamburg. Precariedade total (o bumbo da bateira era segurado por dois tijolos em cada lado e o pedestal do microfone tava quebrado), mas muita improvisação e muita qualidade também! E pra completar, a entrada "kostenlos". Primeira!
Abraços!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Sistema Legal Alemão - Strafgericht II - Drogenfall
Na quarta-feira voltamos a acompanhar um julgamento no Fórum Criminal de Hamburg.
Antes de entrar em mais detalhes, devo corrigir um erro que cometi em posts passados. Em determinado momento mencionei que a polícia na Alemanha é municipalizada. Me confundi, pois na Alemanha existem três Cidades-estado - Berlim, Bremen e Hamburg. A segurança pública é tarefa do estado federado, que no caso de Hamburg se resume à cidade. Por isso minha confusão.
Voltando ao tribunal, não posso deixar de exprimir minha decepção ao saber que nossa visita à casa de detenção - Untersuchungsgefängnis - foi adiada para dezembro e que a ida à santa Fu ficou para o verão. Más notícias!
O essencial sobre o funcionamento do tribunal eu acredito que já expliquei em post anterior. Há apena um tribunal reponsável pelas primeira e segudna instâncias. Por isso, poderei alterar entre fórum e tribunal. O caso dessa vez envolvia entorpecentes e se esttendeu mais que o esperado.
Em apertadíssima síntese, o réu estava sendo julgado pelo porte de 68 gramas de maconha. Ele tem 36 anos, alemão, é solteiro e empregado (não consegui entender onde). Como ele chegou até à sala de audiência não deixa de ser engraçado... Em fevereio de 2009 estava dando uma festa na sua casa, com alguns amigos. Lá pras tantas da madrugada os vizinhos, incomodados com o barulho, chamam a polícia, que vem até a casa para restaurar a paz social. Quando o cara abre a porta, os três policiais que o aguardavam sentem o cheiro da erva e exigem que os deixem revistar a casa, ameaçando voltar com os cães farejadores. O réu se recusa e tenta fechar a porta, no que uma policial coloca o pé e o impede de fechar. Na residência, foram apreendidas as 68 gramas.
Na Alemanha, como em muitos outros países, o consumo de maconha é descriminalizado. Perguntamos a professora qual é o limite de porte de maconha permitido, para que não se configure tráfico. Como ela é professora de alemão e não de direito, não soube informar. De todo modo, 68 é em muitos países consiedarado tráfico. E por isso o réu está sendo processado.
Como o caso envolve crime com pena mínima superior a um ano de prisão, na decisão influem igualmente dois juízes leigos, além do togado. Isso eu não entendi direito na Alemanha. Eles tem horror ao Júri, porque desprestigia a atividade do juíz, mas aceitam juízes leigos.
As testemunhas eram um vizinho e os três policiais que efetuaram a apreensão. O membro do Ministério Público exerceu seu papel e exigiu a condenação do réu. O advogado de defesa (um turco, ao passo que o réu é um alemão - o contrário da maioria dos casos, em que os turcos estão do outro lado da relação) abraçou a tese da inconstitucionalidade da ação dos policiais, que violaram o domicílio do réu sem a posse de mandado judicial (Untersuchungsbefehl), sem que se configurasse flagrante delito, já que a droga não foi vista, mas sim cheirada. Se vissem uma injeção, poderiam entrar do mesmo jeito?
O advogado pediu a invalidação das provas e a impossibilidade de realização dos testemunhos, já que todas as provas produzidas a partir daí estariam contaminadas, segundo a teoria dos "frutos da árvore proibida". Mas a juíza, que pediu uma pausa para decidir interlocutoriamente, não acatou a tese e prosseguiu o julgamento.
Só isso levou duas horas e meia. O vizinho foi ouvido e a policial que cometeu o primeiro ato de abuso de autoridade. Não me parece que o réu esteja em bons lençóis. A principal tese do advogado de defesa falhou e ele me pareceu muito passivo. Não tem postura, fala baixo e lê a defesa. A promotora é o contrário.
Uma última nota que interessa aos que estudam direito: o sistema de perguntas às testemunhas não é presidencialista, como no Brasil, onde a advogada e a promotora dirigem as perguntas à juíza, que, então, as repergunta ao réu. Aqui ambas podem preguntar diretamente ao réu, sem passar pelo crivo da juíza.
O julgamento terá continuidade no dia 14 de dezembro. Já reservei o dia para voltar ao tribunal e acompanhar o desfecho do caso.
Com isso me despeço! Abraços!
Antes de entrar em mais detalhes, devo corrigir um erro que cometi em posts passados. Em determinado momento mencionei que a polícia na Alemanha é municipalizada. Me confundi, pois na Alemanha existem três Cidades-estado - Berlim, Bremen e Hamburg. A segurança pública é tarefa do estado federado, que no caso de Hamburg se resume à cidade. Por isso minha confusão.
Voltando ao tribunal, não posso deixar de exprimir minha decepção ao saber que nossa visita à casa de detenção - Untersuchungsgefängnis - foi adiada para dezembro e que a ida à santa Fu ficou para o verão. Más notícias!
O essencial sobre o funcionamento do tribunal eu acredito que já expliquei em post anterior. Há apena um tribunal reponsável pelas primeira e segudna instâncias. Por isso, poderei alterar entre fórum e tribunal. O caso dessa vez envolvia entorpecentes e se esttendeu mais que o esperado.
Em apertadíssima síntese, o réu estava sendo julgado pelo porte de 68 gramas de maconha. Ele tem 36 anos, alemão, é solteiro e empregado (não consegui entender onde). Como ele chegou até à sala de audiência não deixa de ser engraçado... Em fevereio de 2009 estava dando uma festa na sua casa, com alguns amigos. Lá pras tantas da madrugada os vizinhos, incomodados com o barulho, chamam a polícia, que vem até a casa para restaurar a paz social. Quando o cara abre a porta, os três policiais que o aguardavam sentem o cheiro da erva e exigem que os deixem revistar a casa, ameaçando voltar com os cães farejadores. O réu se recusa e tenta fechar a porta, no que uma policial coloca o pé e o impede de fechar. Na residência, foram apreendidas as 68 gramas.
Na Alemanha, como em muitos outros países, o consumo de maconha é descriminalizado. Perguntamos a professora qual é o limite de porte de maconha permitido, para que não se configure tráfico. Como ela é professora de alemão e não de direito, não soube informar. De todo modo, 68 é em muitos países consiedarado tráfico. E por isso o réu está sendo processado.
Como o caso envolve crime com pena mínima superior a um ano de prisão, na decisão influem igualmente dois juízes leigos, além do togado. Isso eu não entendi direito na Alemanha. Eles tem horror ao Júri, porque desprestigia a atividade do juíz, mas aceitam juízes leigos.
As testemunhas eram um vizinho e os três policiais que efetuaram a apreensão. O membro do Ministério Público exerceu seu papel e exigiu a condenação do réu. O advogado de defesa (um turco, ao passo que o réu é um alemão - o contrário da maioria dos casos, em que os turcos estão do outro lado da relação) abraçou a tese da inconstitucionalidade da ação dos policiais, que violaram o domicílio do réu sem a posse de mandado judicial (Untersuchungsbefehl), sem que se configurasse flagrante delito, já que a droga não foi vista, mas sim cheirada. Se vissem uma injeção, poderiam entrar do mesmo jeito?
O advogado pediu a invalidação das provas e a impossibilidade de realização dos testemunhos, já que todas as provas produzidas a partir daí estariam contaminadas, segundo a teoria dos "frutos da árvore proibida". Mas a juíza, que pediu uma pausa para decidir interlocutoriamente, não acatou a tese e prosseguiu o julgamento.
Só isso levou duas horas e meia. O vizinho foi ouvido e a policial que cometeu o primeiro ato de abuso de autoridade. Não me parece que o réu esteja em bons lençóis. A principal tese do advogado de defesa falhou e ele me pareceu muito passivo. Não tem postura, fala baixo e lê a defesa. A promotora é o contrário.
Uma última nota que interessa aos que estudam direito: o sistema de perguntas às testemunhas não é presidencialista, como no Brasil, onde a advogada e a promotora dirigem as perguntas à juíza, que, então, as repergunta ao réu. Aqui ambas podem preguntar diretamente ao réu, sem passar pelo crivo da juíza.
O julgamento terá continuidade no dia 14 de dezembro. Já reservei o dia para voltar ao tribunal e acompanhar o desfecho do caso.
Com isso me despeço! Abraços!
sábado, 21 de novembro de 2009
Container's City - Porto de Hamburg
Galera, hoje eu fiz uma viagem incrível! O destino? O porto profundo de Hamburg, a partir de uma perspectiva à qual poucos têm acesso.
Fomos, novamente com a universidade, à "cidade dos containers", no porto de Hamburg. Da cidade só se consegue ver as gruas e guindastes, mas não se tem a menor idéia da dimensão do gigante. Fomos de ônibus, já que é proibida a entrada de pessoal não-autorizado em diversas áreas.
Tudo no porto de Hamburg é "o maior do mundo" e o "mais moderno do mundo". Ocupa hoje a 11ª posição entre os maiores portos do mundo - o primeiro é o de Singapura. Mas possui um sistema de descarga e carga de containers que eu nunca sonhei que existisse. Foram três horas de êxtase. Quanto mais adentravamos no porto, percorrendo o trajeto dos containers, mais impressionado eu ficava. Tudo isso debaixo de um pôr-do-sol espetacular!
Na sua parte mais moderna, o porto é controlado por dois programas de computadores que, combinados, são responsáveis pela eficiência e pela precisão na descarga das mercadorias. Esses programas controlam cerca de 120 caminhões por meio de sinais eletrônicos, além dos guindastes. O caminhão simplesmente não tem cabine, direção, nada. O mesmo com as gruas. Fala sério, dá pra acreditar?!
Nessa foto pode-se ver o caminhões, organizados em fila atrás dos guindastes, aguardando sua vez
A área do porto é enorme! Movimenta cerca de 3 milhões de containers por ano (um terço desses vindo da China). Esses programas têm todos os caminhões gruas e containers controlados via satélite e enviam informações para os caminhões. Assim, eles se posicionam próximo ao navio, com uma precisão de milímetros, mesmo abaixo dos guindastes. Estes colocam os containers nos caminhões, que seguem um percurso preestabelecido até determinadas áreas do porto (indicada por um número no container), a depender do tipo de mercadoria.
Todo esse processo dura minutos e são mais de 120 caminhões ao mesmo tempo trabalhando. Simultaneamente podem ser descarregados 12 navios de grande porte na "cidade dos containers". Grande porte significa 6000 containers a bordo! O resultado de toda a automatização é a descarga de um navio inteiro em 36 horas!!! Não há tempo sequer para ter prostiuição no porto... E isso é só a parte moderna. Há ainda o modelo tradicional, com gente dirigindo caminhões e controlando as gruas. Depois de descarregada, a mercadora segue por trem para a europa do leste e por caminhões (convencionais) para o restante da europa.
Não há palavras para descrever a sensação de ver um porto gigante funcionando sem gente. Os caminhões comandados por controle remoto, as gruas sem manobristas, os containers indo de um lado para o outro do porto... A visão do futuro. Dois programas de computador abastecem a europa inteira com bens vindos de todo o mundo. De 3 milhões de containers, uma média de 5 containers se perdem anualmente, por erro no envio ou processamento da informação. Próximo passo será a automatização dos aviões e dos carros.
Mas fica a pergunta: e se eles deixam de funcionar? E se há uma pane no sistema? Melhor acreditar que são infalíveis...
Novamente, vale lembrar a frase característica do Hamburger Hafen: "Aqui já sopra hoje o vento de amanhã".
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Shows em Hamburg
Em homenagem ao meu amigo Iêdo, em decorrência da notícia de sua provável ida a São Paulo para o show de Coldplay em março, vou falar um pouco dos shows em Hamburg.
Como já postei anteriomente, os impostos na Alemanha são altos, o que torna os preços dos shows quase insuportáveis. Mesmo bandas locais se apresentam a 10 euros ou mais. Por isso, hay que hacer uma triagem prévia, senão vamos a falência.
Entre os shows que perdi, estão: Dream Theater, Shinedown, The Fray, The All-American Rejects, Archive, Muse e Greenday. Entre os que estão por vir, temos The Prodigy, Franz Ferdinand, Paramore, Scooter, Pet Shop Boys e Nickelback.
Estes, é claro, são os mais badalados. Nem todos me agradam. Isso é apenas para dar um panorama da dinâmica cultural de Hamburg. Dinâmica essa que poderia ser bem mais movimentada, já que as bandas focam especificamente em Berlin quando vêm a Alemanha. Para a segunda maior cidade do país, considero Hamburg desprestigiada nesse ponto. Além disso, tem o fator preço. Nickelback, por exemplo, tá a 65 euros a entrada! Muse foi 55 e Greenday 45. Para terem uma idéia, gasto menos de 60 euros com todas as feiras do mês inteiro.
Por isso, quem vem a Alemanha pensando em curtir alguns mega-concertos, tem algumas opções: ou arranja imediatamente um trabalho no Brasil, ou começa a poupar a mesada ou se vira num trampo por aqui. Do contrário pesa muito no orçamento frequentar grandes shows assim.
Mas se tivesse um de U2 aqui, bem que eu abriria uma exceção...
Abraços a todos e todas!
Como já postei anteriomente, os impostos na Alemanha são altos, o que torna os preços dos shows quase insuportáveis. Mesmo bandas locais se apresentam a 10 euros ou mais. Por isso, hay que hacer uma triagem prévia, senão vamos a falência.
Entre os shows que perdi, estão: Dream Theater, Shinedown, The Fray, The All-American Rejects, Archive, Muse e Greenday. Entre os que estão por vir, temos The Prodigy, Franz Ferdinand, Paramore, Scooter, Pet Shop Boys e Nickelback.
Estes, é claro, são os mais badalados. Nem todos me agradam. Isso é apenas para dar um panorama da dinâmica cultural de Hamburg. Dinâmica essa que poderia ser bem mais movimentada, já que as bandas focam especificamente em Berlin quando vêm a Alemanha. Para a segunda maior cidade do país, considero Hamburg desprestigiada nesse ponto. Além disso, tem o fator preço. Nickelback, por exemplo, tá a 65 euros a entrada! Muse foi 55 e Greenday 45. Para terem uma idéia, gasto menos de 60 euros com todas as feiras do mês inteiro.
Por isso, quem vem a Alemanha pensando em curtir alguns mega-concertos, tem algumas opções: ou arranja imediatamente um trabalho no Brasil, ou começa a poupar a mesada ou se vira num trampo por aqui. Do contrário pesa muito no orçamento frequentar grandes shows assim.
Mas se tivesse um de U2 aqui, bem que eu abriria uma exceção...
Abraços a todos e todas!
Studenten demonstrieren!
Capa do Die Welt - um dos mais influentes jornais alemães atualmente: "Manifestações contra o sistema de ensino". O dia hoje foi de protestos e passeatas por toda a Alemanha, numa ação incrivelmente organizada dos estudantes. Se algums coisa vai mudar, não se sabe. Mas que todo o país está sabendo que há insatisfação quanto ao ensino, não se pode negar.
O tema aqui está pegando fogo. Em todas as universidades do país há estudantes em greve, auditórios ocupados e ações contra a conhecida reforma de Bologna. Por outro lado, há os que defendem a cobrança das taxas como condição para boa qualidade da universidade - vide USA. Dizem que 750 euros por ano não abala a rotina de um estudante - além do que esse valor pode ser pago depois que o aluno estiver empregado, como acontece com o FIES.
Em Hamburg, cerca de 1.500 foram ao centro da cidade para protestar. Um número relativamente baixo, se considerarmos que a universidade tem mais de 35 mil alunos e a cidade conta com 1,8 milhão de habitantes. Conversando com Georgia, uma estudate grega, ela me disse que na Grécia esse número seria muito maior. Lembrei dos protestos de 2007, quando ocorreram confrontos com a polícia, carros queimados etc. Lá a coisa pega fogo. Em compensação, não há taxas universitárias.
Em toda a Alemanha, 85.000 estudantes foram às ruas. Só em Berlin, 13.000! A vivência desse momento também faz parte de um intercâmbio. Relato o que ocorre aqui, para que o pessoal que pretende vir ano que vem perceba um pouco da conjuntura política na universidade e no país como um todo.
Seguem algumas fotos dos protestos em todo o país:
Até a próxima!
Visto - Documentos
A partir agora é oficial. Já tenho visto de estudos alemao!
Hoje pela manha fui ao Auländersamt para resolver mais essa pendência. Logo na entrada, o clima é de velório. Várias pessoas, ninguém conversa entre si, alguns com olhares distantes, outros analisando os documentos, certificando-se que está tudo correto.
Estava preparado para esperar mais de duas horas. Mas uma a uma, as pessoas foram sendo chamadas e seu antendimento raras vezes demorava. Comigo, a mesma coisa. Fui atendido rapidamente, interrogado acerca de alguns dados importantes, mas, por ser estudante de interâmbio, nao tive maiores problemas.
Ao todo, tive que apresentar os seguintes documentos: comprovante de matrícula (Immatrikulationsbescheinigung), contrato de aluguel (Mietvertrag), recibo do pagamento da última mensalidade da residência universitária, comprovante de residência em Hamburg (Meldebestätigung), cópia do passaporte e comprovante de seguro de saúde por uma companhia alema (Krankenversicherung). Taxa de emissao (salgada): 60 euros. Validade do visto: um ano.
O bom é que o visto é impresso imediatamente. Passou pelo crivo dos funcionários, eles já ficam com o passaporte e imprimem na hora. Pode ser que tenha ajudado nessa celeridade o fato de eu ter obtido uma permissao já no consulado alemao em Recife - embora nao fosse necessária, já que tive refazer todo o procedimento aqui.
Com essa, já se foi mais uma! E que venham mais!
PS: estou escrevendo nos computadores da universidade. Por isso, perdoem a ausência do til nas palavras - o alemao nem sonha que ele exista.
Hoje pela manha fui ao Auländersamt para resolver mais essa pendência. Logo na entrada, o clima é de velório. Várias pessoas, ninguém conversa entre si, alguns com olhares distantes, outros analisando os documentos, certificando-se que está tudo correto.
Estava preparado para esperar mais de duas horas. Mas uma a uma, as pessoas foram sendo chamadas e seu antendimento raras vezes demorava. Comigo, a mesma coisa. Fui atendido rapidamente, interrogado acerca de alguns dados importantes, mas, por ser estudante de interâmbio, nao tive maiores problemas.
Ao todo, tive que apresentar os seguintes documentos: comprovante de matrícula (Immatrikulationsbescheinigung), contrato de aluguel (Mietvertrag), recibo do pagamento da última mensalidade da residência universitária, comprovante de residência em Hamburg (Meldebestätigung), cópia do passaporte e comprovante de seguro de saúde por uma companhia alema (Krankenversicherung). Taxa de emissao (salgada): 60 euros. Validade do visto: um ano.
O bom é que o visto é impresso imediatamente. Passou pelo crivo dos funcionários, eles já ficam com o passaporte e imprimem na hora. Pode ser que tenha ajudado nessa celeridade o fato de eu ter obtido uma permissao já no consulado alemao em Recife - embora nao fosse necessária, já que tive refazer todo o procedimento aqui.
Com essa, já se foi mais uma! E que venham mais!
PS: estou escrevendo nos computadores da universidade. Por isso, perdoem a ausência do til nas palavras - o alemao nem sonha que ele exista.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Audimax ocupado!
O Audimax da Universidade está ocupado pelos estudantes!
Os alunos estão se solidarizando com os colegas da Universidade de Viena, onde as taxas universitárias sofreram aumento. Protestam contra as taxas (Studiengebühren), que aqui chegam a 750 euros, e contra a mercantilização do ensino. Um dos principais alvos do protesto é a reforma de Bologna, que, em acelerando os cursos e tornando-os eminentemente técnicos, acaba por não formar com qualidade, nem ensejar um ensino crítico, ou ao menos, uma portura crítica aos alunos.
O aluno que conclui a graduação, reduzida a três anos após a unificiação do ensino na UE, tem que entrar no mestrado. E para consegui-lo, deve ter notas na ordem de 1,5 (numa escala de 6 a 1, na qual 1 é a melhor). Isso forma robos e maquina, mas cidadãos, de maneira nenhuma. E quem é que, com 5 anos de estudos, é mestre em alguma coisa?
Os estudantes protestam ainda contra o sistema de eleição do reitor da universidade, que, ao que parece, não conta com a participação dos discentes - embora não possa confirmar essa informação. Essa semana os protestos se espalharam por toda a Alemanha e amanhã (17.11.2009) haverá uma séria de atos, por todo o país, contra o atual sistema de ensino superior.
Parece que o problema da mercantilização da educação e da anti-democraticidade no sistema de ensino não é um problema nacional não... Primeiro mundo também tem dessas coisas.
E vamos a luta!
sábado, 14 de novembro de 2009
Anwaltskanzlei - Escritório de Advocacia
Na quarta-feira passada (11.11.2009) fui, junto com alguns alunos do curso de direito, a um escritório de advocacia próximo a Universidade. Essa foi mais uma atividade coordenada pela professora de alemão jurídico, com a finalidade de nos familiarizar com o universo jurídico da Alemanha.
O escritório pertence a um turco chamado Mulahin Husseyin, o que tornou a visita ainda mais interessante. Se, de uma lado, 80% da população carcerária de Hamburg é composta por turcos, por outro, em diversos setores é possível encontrar turcos bem-sucedidos. Esse advogado está na Alemanha desde 1972 e concluiu o curso de Direito aqui.
O escritório é bastante simples, divergindo em pouco de uma casa normal. Lá trabalham 3 advogados e uma secretária. Trata-se de um escritório pequeno para o padrão alemão, que via de regra possui 10 advogados, em áreas especializadas. No caso do senhor Husseyin, os casos são sempre de direito de família, de estrangeiros e responsabilidade civil. Pudemos observar diversos processos (Klage) e Medidas Cautelares, que em pouco divergem do Brasil, se não em virtude de detalhes formais.
O que me deixou intrigado foi que não há sequer um estagiário no escritório, sendo que a universidade exige que o aluno passe por, pelo menos, 3 meses de prática (Pratikum) num Anwaltskanzlei. Eles apenas aceitam quem já concluiu o curso e precisa conluir o Referendariat (etapa intermediária do Exame da Ordem), para poder exercer a profissão.
Curioso com a ausência de estagiários, que, no Brasil, são responsáveis pela dinâmica de diversos escritórios, perguntei sobre o volume de processos. No caso específico, eles recebem 300 novos casos todos os anos - sendo que destes, apenas um terço vai a juízo. Isso explica alguma coisa...
Outro aspecto interessante é que há um enorme cuidado em se resolver os casos extrajudicialmente. Nos casos típicos de reparação civil, os advogados de ambas as partes entram em contato para encontrar uma solução - numa espécie de conciliação extra-judicial. Levando em conta que, de 300 novos casos, apenas 100 seguem a juízo, pode-se dizer que a taxa de sucesso na negociação é elevada. Coisa que não existe no Brasil. Por esse motivo, os julgamentos aqui acontecem com celeridade e não se atropelam numa fila sem fim. Igualmente por esse motivo, não existem aqui os Juizados Especiais, visto o princípio da celeridade processual ser respeitado em todas as instâncias.
Na semana que vem, dia 25 de novembro, vamos visitar a casa de detenção de Hamburg. No mês de Dezembro, será a vez da maior penitenciária da Alemanha, que também fica na cidade, a "Alcatraz" da Alemanha - Santa Fu (foto). Na altura falarei um pouco sobre o sistema de ressocialização dos presos, as penas etc. Mas quem se interessar, pode já encomendar pela internet um boné ou uma camisa produzidos pelos detentos, através do site www.santa-fu.de
Grande abraço!
O escritório pertence a um turco chamado Mulahin Husseyin, o que tornou a visita ainda mais interessante. Se, de uma lado, 80% da população carcerária de Hamburg é composta por turcos, por outro, em diversos setores é possível encontrar turcos bem-sucedidos. Esse advogado está na Alemanha desde 1972 e concluiu o curso de Direito aqui.
O escritório é bastante simples, divergindo em pouco de uma casa normal. Lá trabalham 3 advogados e uma secretária. Trata-se de um escritório pequeno para o padrão alemão, que via de regra possui 10 advogados, em áreas especializadas. No caso do senhor Husseyin, os casos são sempre de direito de família, de estrangeiros e responsabilidade civil. Pudemos observar diversos processos (Klage) e Medidas Cautelares, que em pouco divergem do Brasil, se não em virtude de detalhes formais.
O que me deixou intrigado foi que não há sequer um estagiário no escritório, sendo que a universidade exige que o aluno passe por, pelo menos, 3 meses de prática (Pratikum) num Anwaltskanzlei. Eles apenas aceitam quem já concluiu o curso e precisa conluir o Referendariat (etapa intermediária do Exame da Ordem), para poder exercer a profissão.
Curioso com a ausência de estagiários, que, no Brasil, são responsáveis pela dinâmica de diversos escritórios, perguntei sobre o volume de processos. No caso específico, eles recebem 300 novos casos todos os anos - sendo que destes, apenas um terço vai a juízo. Isso explica alguma coisa...
Outro aspecto interessante é que há um enorme cuidado em se resolver os casos extrajudicialmente. Nos casos típicos de reparação civil, os advogados de ambas as partes entram em contato para encontrar uma solução - numa espécie de conciliação extra-judicial. Levando em conta que, de 300 novos casos, apenas 100 seguem a juízo, pode-se dizer que a taxa de sucesso na negociação é elevada. Coisa que não existe no Brasil. Por esse motivo, os julgamentos aqui acontecem com celeridade e não se atropelam numa fila sem fim. Igualmente por esse motivo, não existem aqui os Juizados Especiais, visto o princípio da celeridade processual ser respeitado em todas as instâncias.
Na semana que vem, dia 25 de novembro, vamos visitar a casa de detenção de Hamburg. No mês de Dezembro, será a vez da maior penitenciária da Alemanha, que também fica na cidade, a "Alcatraz" da Alemanha - Santa Fu (foto). Na altura falarei um pouco sobre o sistema de ressocialização dos presos, as penas etc. Mas quem se interessar, pode já encomendar pela internet um boné ou uma camisa produzidos pelos detentos, através do site www.santa-fu.de
Grande abraço!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Berlim - Turismo de Inverno
Berlim - Mauerfall (Reloaded)
A queda do muro de Berlim foi um dos eventos políticos mais importantes da história mundial recente. Não só dividiu a cidade em duas, como também o mundo, durante mais de 25 anos. A história de sua construção é conhecida, assim como sua queda. A oportunidade que tive aqui foi de conhecer mais aproundadamente os acontecimentos que antecederam a simbólica "queda" - ou abertura das fronteiras, no dia 09 de novembro de 1989. No final de semana passado comemoraram-se os 20 anos da queda do muro.
De início, estava certo que não estaria presente nesse momento tão único, já que a excursão com a universidade apenas duraria um dia - o sábado todo. Mas o incrível, inimaginável aconteceu! Na noite do sábado, uma hora antes de voltar a Hamburgo, me encontrei com Andrea num café em Berlim. Ele me fez, então, a irrecusável proposta de ficar em Berlim para cerimônia da queda do muro, hospedado na casa de sua tia. Voltaríamos na terça, dia 10. Eu tinha menos de trinta minutos para pensar.
Só estava com a roupa do corpo, mas e daí? Quem recusa uma proposta dessa? Aceitei!
A cidade estava em frenesi. Gente de todas as partes do mundo afluíam a Berlim para presenciar os 20 anos da queda do muro. TV's de toda a europa e do mundo cobriam cada segundo do evento. Visitamos a cidade inteira até o momento mais esperado. Chuvia muito e o frio era implacável! Mas como dizia o poeta, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
Primeiro, a Filarmônica de Berlim brindou a multidão com um concerto gratuito em plena Brandenbrug Tor. Depois, os líderes políticos de cada um dos Estados envolvidos diretamente na tensão provocada pelo muro discursaram. Pela ordem: Sarkozy (vaia), Medvedev (vaia), Gordon Brown (nada), Hillary Clinton (e um curto vídeo de Obama - aplausos) e, por fim, Merkel (misto). Na bancada de honra, Durão Barroso (presidente da UE), Gorbachew, José Sócrates (primeiro ministro de Portugal), Berlusconi (haja vaia) e outros.
Bon Jovi cantou uma música escrita especialmente para esse momento: "We weren't born to bow" e um coral classico veio a seguir. Sem sombra de dúvidas, o momento mais impressionante da noite foi a queda das 1000 pedras de dominó, posicionadas ao longo do mesmo percurso seguido pelo muro. Essa pedras gigantes foram pintadas por estudantes e artistas de todo o mundo com mensagens de liberdade e solidariedade. A queda durou cerca de 15 minutos, ao final dos quais seguiram-se diversas queimas de fogos de artifício.
Fica, após toda a celebração, a refelxão acerca dos outros muros que temos pelo mundo. Muros não apenas físicos, mas mentais. O problema das fronteiras entre o hemisfério norte e sul do planeta é real e expõe a existência de outros muros, mas que poucos querem ver. Não vou negar que foi interessante ouvir e ver Hillary Clinton clamar pela queda "dos muros" por todo o planeta e pela liberdade dos povos, quando os EUA têm um belo exemplar na fronteira com o México. Ver: http://pangeaday.org/filmDetail.php?id=14
Com isso me despeço. Grande abraço a todos! E muita Freiheit também!
De início, estava certo que não estaria presente nesse momento tão único, já que a excursão com a universidade apenas duraria um dia - o sábado todo. Mas o incrível, inimaginável aconteceu! Na noite do sábado, uma hora antes de voltar a Hamburgo, me encontrei com Andrea num café em Berlim. Ele me fez, então, a irrecusável proposta de ficar em Berlim para cerimônia da queda do muro, hospedado na casa de sua tia. Voltaríamos na terça, dia 10. Eu tinha menos de trinta minutos para pensar.
Só estava com a roupa do corpo, mas e daí? Quem recusa uma proposta dessa? Aceitei!
A cidade estava em frenesi. Gente de todas as partes do mundo afluíam a Berlim para presenciar os 20 anos da queda do muro. TV's de toda a europa e do mundo cobriam cada segundo do evento. Visitamos a cidade inteira até o momento mais esperado. Chuvia muito e o frio era implacável! Mas como dizia o poeta, "tudo vale a pena, se a alma não é pequena".
Primeiro, a Filarmônica de Berlim brindou a multidão com um concerto gratuito em plena Brandenbrug Tor. Depois, os líderes políticos de cada um dos Estados envolvidos diretamente na tensão provocada pelo muro discursaram. Pela ordem: Sarkozy (vaia), Medvedev (vaia), Gordon Brown (nada), Hillary Clinton (e um curto vídeo de Obama - aplausos) e, por fim, Merkel (misto). Na bancada de honra, Durão Barroso (presidente da UE), Gorbachew, José Sócrates (primeiro ministro de Portugal), Berlusconi (haja vaia) e outros.
Bon Jovi cantou uma música escrita especialmente para esse momento: "We weren't born to bow" e um coral classico veio a seguir. Sem sombra de dúvidas, o momento mais impressionante da noite foi a queda das 1000 pedras de dominó, posicionadas ao longo do mesmo percurso seguido pelo muro. Essa pedras gigantes foram pintadas por estudantes e artistas de todo o mundo com mensagens de liberdade e solidariedade. A queda durou cerca de 15 minutos, ao final dos quais seguiram-se diversas queimas de fogos de artifício.
Fica, após toda a celebração, a refelxão acerca dos outros muros que temos pelo mundo. Muros não apenas físicos, mas mentais. O problema das fronteiras entre o hemisfério norte e sul do planeta é real e expõe a existência de outros muros, mas que poucos querem ver. Não vou negar que foi interessante ouvir e ver Hillary Clinton clamar pela queda "dos muros" por todo o planeta e pela liberdade dos povos, quando os EUA têm um belo exemplar na fronteira com o México. Ver: http://pangeaday.org/filmDetail.php?id=14
Com isso me despeço. Grande abraço a todos! E muita Freiheit também!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Berlin - Mauerfall
Na segunda-feira que vem, dia 09 de novembro, comemoram-se em Berlin os 20 anos da queda do Muro que dividiu a cidade durante décadas.
Já estive em Berlim antes e posso garantir que é uma sensação única estar onde exisitiu anos atrás um muro que dividiu e, se brincar, ainda divide a Alemanha. Até hoje os alemães do oeste reclamam que pagam impostos para sustentar os alemães orientais, dada a discrepância econômica entre ambas as regiões.
Agora sensação única mesmo deve ter sido ir ao show de 20 minutos que U2 presenteou à cidade. Isso mesmo, de graça. Mas com entradas limitadas, que se esgotaram em menos de uma hora, na internet. Assim não vale...
Amanhã estou indo novamente para Berlim, dessa vez para passar apenas o sábado. Trata-se de uma excursão organizada pela Universidade, na qual tivemos que pagar apenas 10 euros, para ir e voltar de ônibus, no mesmo dia. Só a pasasgem de trem custa 40. Faremos um pequeno tour pelos pontos mais importantes e tenho pra mim que será divertido revisitar à cidade, dessa vez com outra perspectiva - e sem estresse. Além disso a turma que vai é a melhor, o que garante a qualidade da viagem. Por fim, 10 euros gasta-se aqui em qualquer final de semana...
Esquema mesmo, tem Andrea, o palermitano. Conseguiu a casa de um amigo em Berlin e deverá ficar lá até a terça-feira. Estará na festa de celebração, na segunda! Sortudo...
Agora vou indo lá, pois comprei alguns matimentos e vou preparar saduíches, para comer por lá - durante a viagem, que dura 4 horas, e depois. E ainda tenho que passar algumas roupas. O ônibus sai amanhã às 7, por isso, tenho que me levantar às 5 e meia. No rest!
Abraço enorme a todos! E até a próxima, com algumas notícias de Berlim.
Já estive em Berlim antes e posso garantir que é uma sensação única estar onde exisitiu anos atrás um muro que dividiu e, se brincar, ainda divide a Alemanha. Até hoje os alemães do oeste reclamam que pagam impostos para sustentar os alemães orientais, dada a discrepância econômica entre ambas as regiões.
Agora sensação única mesmo deve ter sido ir ao show de 20 minutos que U2 presenteou à cidade. Isso mesmo, de graça. Mas com entradas limitadas, que se esgotaram em menos de uma hora, na internet. Assim não vale...
Amanhã estou indo novamente para Berlim, dessa vez para passar apenas o sábado. Trata-se de uma excursão organizada pela Universidade, na qual tivemos que pagar apenas 10 euros, para ir e voltar de ônibus, no mesmo dia. Só a pasasgem de trem custa 40. Faremos um pequeno tour pelos pontos mais importantes e tenho pra mim que será divertido revisitar à cidade, dessa vez com outra perspectiva - e sem estresse. Além disso a turma que vai é a melhor, o que garante a qualidade da viagem. Por fim, 10 euros gasta-se aqui em qualquer final de semana...
Esquema mesmo, tem Andrea, o palermitano. Conseguiu a casa de um amigo em Berlin e deverá ficar lá até a terça-feira. Estará na festa de celebração, na segunda! Sortudo...
Agora vou indo lá, pois comprei alguns matimentos e vou preparar saduíches, para comer por lá - durante a viagem, que dura 4 horas, e depois. E ainda tenho que passar algumas roupas. O ônibus sai amanhã às 7, por isso, tenho que me levantar às 5 e meia. No rest!
Abraço enorme a todos! E até a próxima, com algumas notícias de Berlim.
Sistema Legal Alemão - II - Noções gerais
Na quarta-feira assistimos a um julgamento no Tribunal Criminal de Hamburg. A iniciativa é da Universidade, que abriu uma turma de alemão só para os alunos de Direito. No calendário estão algumas visitas interessantes a alguns tribunais, grandes escritórios de advocacia e prisões. Éramos brasileiros, chineses, japoneses, checos e russos.
O Tribunal fica ao lado de uma enorme casa de detenção (Untersuchungsgefängnis), ou o contrário, no centro da cidade. Nessa prisão ficam os presos que aguardam julgamento. Foi construída de modo a que tenha conexões diretas com todas as salas de audiência. O acusado é conduzido à sala por meio de corredores subterrâneos e elevadores entre as paredes do tribunal. Ele já chega diretamente na sala, através de uma porta que só abre por fora. Negócio que nem em filme não se vê.
Logo na entrada no Tribunal nota-se a segurança reforçada. Não se pode entrar com celular nem com notebook. Diria que o procedimento é tão minucioso quanto o de qualquer aeroporto. Passando pela triagem, fomos direto a uma audiência. O caso era simples: um rapaz turco, de 25 anos, bebeu demais e bateu na namorada, numa boate. Estava sendo, então, processado por lesão corporal leve (Körperverletzung).
O contexto da audiência foi fácil de entender, pois o caso não era complexo. Apenas foi preciso convocar a namorada. Mas entender tudo o que foi dito é um objetivo que pretendo alcançar brevemente.
Em linhas gerais, o sistema alemão é bem semelhante ao brasileiro. Na sala estavam a Juíza (Richterin), o Promotor de Justiça (Staatsanwalt), o advogado de defesa (Rechtsanwalt), a assistente, elaborando o protocolo da audiência, o réu (Angeklagte), a vítima/testemunha (Opfer) e dois aspirantes a Juiz. Nesse caso específico, o rapaz era empregado e estava noivo dessa moça. A noiva pediu que ele não fosse punido, pois era a primeira vez que acontecia isso entre eles. Apesar de ter um histórico de algumas brigas e lesões corporais, o rapaz não foi punido com pena privativa de liberdade. Apenas uma pena pecuniária. Mas foi advertido que se voltasse a se agredir quem quer que seja poderia se dar mal.
Um aspecto interessante, que chamou minha atenção logo ao entrar na sala, é que não há crucifixos, nem qualquer outro símbolo religioso. Os alemães travaram uma discussão sobre a possibilidade de expressão unilateral de religiosidade em órgãos estatais e chegaram a conclusão que são um Estado laico, secular, e que não é admissível que se pendurem símbolos religiosos nos órgãos estatais. Sequer no Preâmbulo da Constituição é mencionada a palavra "Deus". O que é exercido pelo Estado é em nome da Sociedade e pela Sociedade, sob a proteção e fiscalização da Sociedade.
Ao final da audiência, conversamos com a Juíza e pudemos perguntar um pouco sobre o caso e as razões da decisão. Depois, fomos ao Bistrô que há no interior do tribunal (ao lado de uma grande cantina) e pudemos conversar com a professora que nos acompanhava sobre o sistema legal alemão. Falamos acerca da formação dos juristas, do sistema de penas, das prisões etc. Porém, serão precisos outros tópicos para tratar de tudo isso.
No momento, fico por aqui. Até a próxima.
domingo, 1 de novembro de 2009
Fotos Retroativas
Como sei que faltam algumas fotos minhas no blog, seguem algumas que consegui através de outras câmeras. Mas não se preocupem, pois ainda esta semana comprarei uma, sem falta!
Essa foi logo na primeira semana em Hamburg, na festa de recepção dos Erasmus e demais estudantes estrangeiros. Na foto, Diogo, Ana (PT), Petre (RO), eu, Olivia (FR), Georgia (GR), Thomas (FR) e Catarina (PT). A cerveja é Astra, produzida em Hamburg, bebida oficial dos fãns do St. Pauli Football Club. Os fãns do HSV só bebem Beck's, mas Astra é bem melhor!
Essa aqui foi na casa de Albana e Andrea, na ocasião da macarronada que Andrea preparou para um exército. Uma delícia! Na foto, Egor (RU) e Katherine (D).
Essa última foi no Fischmarkt, ou Mercado do Peixe, de Hamburg. Era o aniversário de Olívia e decidimos fazer uma hora por lá e aproveitar para comer uma baguete de salmão defumado, fresquinho! Na foto, Matthias (Suíça), Olivia, Mike (EN) e Catarina. Ao fundo, o porto adormecido de Hamburg. Vejam como está quente por aqui...
Até a próxima! Com mais fotos, dessa vez, autorais!
Essa foi logo na primeira semana em Hamburg, na festa de recepção dos Erasmus e demais estudantes estrangeiros. Na foto, Diogo, Ana (PT), Petre (RO), eu, Olivia (FR), Georgia (GR), Thomas (FR) e Catarina (PT). A cerveja é Astra, produzida em Hamburg, bebida oficial dos fãns do St. Pauli Football Club. Os fãns do HSV só bebem Beck's, mas Astra é bem melhor!
Essa aqui foi na casa de Albana e Andrea, na ocasião da macarronada que Andrea preparou para um exército. Uma delícia! Na foto, Egor (RU) e Katherine (D).
Essa última foi no Fischmarkt, ou Mercado do Peixe, de Hamburg. Era o aniversário de Olívia e decidimos fazer uma hora por lá e aproveitar para comer uma baguete de salmão defumado, fresquinho! Na foto, Matthias (Suíça), Olivia, Mike (EN) e Catarina. Ao fundo, o porto adormecido de Hamburg. Vejam como está quente por aqui...
Até a próxima! Com mais fotos, dessa vez, autorais!